segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

[Confissões] Infância TEMPOral

Haveria antes de minha infância algum tempo em que poderia te conhecer? Pois neste momento, apesar de me ter falha memória, existiamos em ti, antes mesmo de sermos formados materialmente. Porventura sou eu merecedora de algo? Certamente que não. Com efeito, em ti habitam todas as coisas, pois sem Ti, nada do que foi feito existiria. 
Durante a infância lembro-me do riso, não sei ao certo como, nem porquê. Lembro da cor das lembranças, dos sons, e do quanto a sua essência já estava a me rodear sem ao menos me dar conta disso. 
O que foi hoje não será amanhã, mas o que foi amanhã já se passou. 
Os dias não te afetam, o tempo não te afeta, pois estes estão em você e são controlados por você.
Toma meu riso infantil e ouve-o como para Ti. 
Crescer hoje tem um novo significado, porque aprendo contigo, e ao seu lado, tudo se torna novo. (Ó beleza antiga e tão nova). 
Teu é o hoje assim como foi o ontem e haverá de ser o amanhã.
Por isso cresci, mudei e conheci, conheci coisas debaixo do sol, nada delas se compara a completude de sua sabedoria.
Ouvindo a chuva não tinha consciência de que você existiu antes dela, no passado sem começo, antes de tudo, já eras. 
Hoje, olhando a grandeza de sua criação me dou conta de que aquela menina não entendia o porquê de te adorar, não entendia o porquê de existir ou até mesmo de te dizer constantemente que tu és Eterno. Não como um lembrete a Ti, certo que não, tua mente não precisa de memorandos. Apenas para lembrar a si mesma de que existe um Deus que habita na luz inacessível, e este Deus é Eterno, e este Deus pode tudo, e este mesmo, apesar de sua plenitude, escolheu amá-la.

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